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Tio Nico vinha num zaino, cruzando as éguas no passo
Empurrando no trompaço, uma a uma contra o vau
Se via bem o outro lado, mas o arroio do meio
Por São Miguel, tava cheio, atravessando o caudal
O rio crescido nas cheias tem rumor de tropa alçada
De fuga, de disparada, de medo e de incerteza
Se foram, cortando arroio e se via, de vez por outra
Quilina e cola das potra pela flor da correnteza
Fazia mais de semana que descia água das sangas
Quando chovia de manga era quase o dia inteiro
E as éguas vinham de longe, de uma estância no Aceguá
Era hoje pra cruza, pra amanhã ta nos potreiro
Foram quase trinta éguas, entre baias e gateadas
Tordilhas e coloradas pegando o nado me roldão
Se negavam na saída, bem no barranco de terra
Parecia até na guerra, cruzando com pelotão
Tio Nico firmou a espora e meteu o zaino na aguada
Pelo meio da cruzada, alçou a perna no basto
Se firmando pela cola, deixou o zaino leviano
E foi, conforme seu plano, levando adiante no rastro
Na outra margem espraiada, os sarandis pelas pontas
Iam fazendo as contas das trinta égua cruzadas
E mais um zaino e um campeiro que bem conhece o serviço
E a honra do compromisso de uma palavra firmada
Fazia mais de semana que descia água das sangas
Quando chovia de manga era quase o dia inteiro
E as éguas vinham de longe, de uma estância no Aceguá
Era hoje pra cruza, pra amanhã ta nos potreiro
Foram quase trinta éguas, entre baias e gateadas
Tordilhas e coloradas pegando o nado me roldão
Se negavam na saída, bem no barranco de terra
Parecia até na guerra, cruzando com pelotão