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A mulher vai
Rosto triste e roupa vulgar
Sem se lembrar
Do seu sonho antigo
O bêbado vai
A cambalear
Não acha mais bar
Que lhe dê abrigo
O poeta vai
Mas não quer dormir
Diz um verso pra se iludir
O ladrão vai
Operário da contravenção
Satisfação
Do dever cumprido
O músico vai
Pra nenhum lugar
Nasceu pra tocar
Mas não é ouvido
A lua já cai
Luz dos indigentes
Dos boêmios e dos dementes